Percevejos na soja e milho: danos, espécies e controle

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A ocorrência de percevejos nas lavouras de soja e milho tem aumentado nas últimas safras, em especial na safra 2023/2024, que vem enfrentando instabilidades climáticas intensas. De acordo com Adeney de Freitas Bueno, chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Soja, os percevejos têm sido observados mais cedo e com populações mais altas. 

O aumento da ocorrência dessa praga já foi observado nas safras anteriores e, além das questões climáticas, também pode ser atribuído ao crescimento da área plantada com essas culturas. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), na comparação entre as safras 2022/2023 e 2021/2022, houve um aumento de 6,3% na ocorrência de percevejos na soja e de 10,8% no milho.

Diante desse cenário, é fundamental conhecer os danos causados por percevejos, as principais espécies que ocorrem na lavoura e as medidas para um controle eficiente para garantir a produtividade das culturas.

Danos causados por percevejos na soja e milho

A alimentação dessas pragas causa diversos danos, impactando diretamente na produtividade e qualidade das safras. Alguns dos principais são:

Sucção da seiva 

Os percevejos se alimentam da seiva das plantas, perfurando os tecidos vegetais com seus estiletes bucais. Essa sucção pode causar:
• Enfraquecimento da planta: a perda de seiva compromete o transporte de água e nutrientes no organismo da planta, afetando seu crescimento e desenvolvimento.
• Redução da fotossíntese: pode danificar as estruturas responsáveis pela fotossíntese, reduzindo a capacidade da planta de produzir energia.
• Aumento da suscetibilidade às doenças: com o enfraquecimento, a planta fica mais suscetível ao ataque de patógenos como fungos e bactérias.

Injeção de toxinas

A saliva dos percevejos contém toxinas que, além de causar danos nos locais de perfuração, podem ter efeitos sistêmicos na planta, como:
• Necrose: podem causar a morte das células vegetais nos locais de perfuração, causando manchas marrons ou amarelas.
• Deformação: em alguns casos, as toxinas podem deformar as vagens e os grãos, deixando as plantas com aspecto de murchas.
• Má-formação: podem interferir na respiração, na absorção de água e nutrientes e na produção de hormônios. Assim, as plantas não amadurecem normalmente, permanecendo verde na época da colheita.

Impacto na produtividade e qualidade

A soma de todos esses danos causados por percevejos pode levar a uma queda significativa na produção, reduzindo a qualidade dos grãos e tornando-os impróprios para o consumo. Além disso, impacta os custos de produção, já que o controle da praga exige investimentos em monitoramento, manejo e produtos químicos.

Como identificar as principais espécies de percevejos

Para um controle eficiente da praga, é essencial saber identificar e diferenciar as espécies presentes na lavoura. Na soja e milho, as principais são:

Percevejo-marrom (Euschistus heros)

Na soja, o percevejo-marrom é uma das espécies mais abundantes. Produz três gerações entre os meses de novembro a abril e, durante o período de baixa temperatura, pode permanecer sob a vegetação em diapausa.

As ninfas têm geralmente o corpo alaranjado e a cabeça preta, mas a coloração pode variar de cinza a marrom. Já os adultos são de coloração marrom-escura e apresentam dois prolongamentos laterais próximos à cabeça. Seus ovos amarelados são depositados nas folhas, em pequenas massas com 5 a 7 ovos. Quando estão próximos de eclodir, os ovos apresentam uma mancha rósea. 

Percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii)

Já o percevejo-verde-pequeno tem o dobro do tamanho do estilete, comparado a outras espécies, e é uma das mais prejudiciais, causando danos na qualidade das sementes e na retenção foliar anormal nas plantas de soja. 

As ninfas recém-eclodidas são avermelhadas e, posteriormente, assumem coloração esverdeada com manchas pretas e rosadas no abdômen. Os adultos são de coloração verde-amarelada e apresentam uma listra transversal marrom-avermelhada próximo à cabeça. Os ovos são pretos, geralmente colocados em fileiras pareadas sobre as vagens da soja, com 10 a 20 ovos por massa.

Percevejo-verde (Nezara viridula)

O percevejo-verde pode desenvolver seis gerações em um único ano. Por ser uma praga polífaga e se alimentar de diversas espécies de plantas, permanece em atividade durante o ano todo nas regiões com temperaturas mais amenas.

As ninfas apresentam coloração verde ou preta, com manchas circulares brancas e pequenos pontos pretos distribuídos pelo corpo. Os adultos, de coloração verde, são popularmente conhecidos como maria-fedida pelo cheiro que exalam quando importunados. Os ovos são amarelados e depositados na face inferior das folhas, em massas regulares com 50 a 100 ovos, com formato semelhante a favos de colmeia.

Percevejo-barriga-verde (Diceraeus melacanthus)

No milho, o percevejo-barriga-verde danifica plantas jovens, causando o amarelamento e lesões puntiformes nas folhas. Os danos ocorrem na fase inicial de desenvolvimento da cultura e podem causar a perda total da lavoura.

As ninfas são de coloração castanha, com abdômen mais claro e pontuações mais escuras distribuídas sobre o corpo. A coloração dos adultos varia de castanha-amarelada a acinzentada, com o abdômen verde. Possui duas projeções pontiagudas na cabeça e, no anterior do tórax, tem margens dentadas e expansões laterais espinhosas. Os ovos são verde-claros, normalmente colocados sobre as folhas ou vagens, em massas de cerca de 14 ovos. 

Manejo integrado para o controle eficiente de percevejos 

É fundamental considerar o Manejo Integrado de Pragas (MIP) nas culturas de soja e milho para evitar perdas econômicas e garantir a produtividade. Isso inclui práticas como rotação de culturas, uso de cultivares resistentes, métodos de controle biológico, monitoramento regular das lavouras e aplicação de inseticidas. 

Durante o período crítico de ataque dos percevejos, é importante adotar o controle químico quando a população atingir níveis específicos. O indicado é que o manejo dos percevejos com inseticidas de contato comece na dessecação após a cultura anterior, caso tenha alta pressão da praga. 

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