AGROREPORT - Informativo Agronômico da Corteva Agriscience

Mancha Alvo

Autor: Fernando S. Zanatta e Marcieli P. Hobuss –Time de

 A mancha alvo é causada pela espécie de fungo Corynespora cassiicola, tendo ocorrência praticamente em todas as regiões de cultivo de soja no Brasil, sendo muito mais forte e presentes nas regiões onde os sistemas de plantio intercalam soja/algodão, exemplo típico do que acontece no cerrado.

 A incidência da doença cresceu nas últimas safras em razão do aumento da semeadura de cultivares suscetíveis e da menor sensibilidade/resistência do fungo para alguns fungicidas.

 Para a região sul temos sua concentração nas regiões oeste e norte do Paraná, em severidades mais baixas quando comparadas ao restante do país, porem causam danos e perdas de produtividade significativas além de aparecer nas pesquisas como alvo para o qual o agricultor faz uso de fungicidas (Imagem 1).

Para a região sul temos sua concentração nas regiões oeste e norte do Paraná, em severidades mais baixas quando comparadas ao restante do país, porem causam danos e perdas de produtividade significativas além de aparecer nas pesquisas como alvo para o qual o agricultor faz uso de fungicidas (Imagem 1).

Imagem 1: Diferentes severidades de mancha branca de acordo com a tolerância genética Foto: Felipe Baiá.

Dicas para identificação:

  •  A mancha alvo pode afetar todas as fases de desenvolvimento da soja, mas sua ocorrência predomina no estádio R1;
  •  Os sintomas podem ser observados em ramos, vagens, sementes, hipocótilo, raízes e principalmente nas folhas;
  • Nas folhas, iniciam na forma de pequenas pontuações rodeadas por halos cloróticos de cor esverdeada que, à medida que evoluem, tornam-se pequenas pontuações de cor castanho-avermelhada, com halos amarelos. Quando evoluídas, tornam-se grandes lesões de forma arredondada de cor castanho-clara, que podem medir até 2 cm de diâmetro;
  •  Normalmente, as manchas apresentam pontuação no centro e anéis concêntricos de coloração mais escura, lembrando um alvo (Imagem 2);
  •  É comum plantas infectadas aparecem distribuídas ao acaso com amarelecimento das folhas e maturação prematura;
  •  As raízes infectadas apresentam cor castanho-clara. Após a morte da planta, quando em solo úmido, ficam cobertas por uma camada negra de conidióforos e conídios;
  •  É preciso atenção pois cultivares suscetíveis podem sofrer desfolha severa, com manchas na haste e nas vagens e podendo gerar perdas de até 50% de produtividade (Gody, et al., 2018).

Imagem 2: Mancha alvo na soja é causada pela espécie de fungo Corynespora cassiicola. Foto: Corteva Agriscience.

Condições de desenvolvimento:

 O fungo sobrevive em sementes infectadas e em restos de cultura, podendo colonizar uma ampla gama de resíduos no solo (Godoy et al., 2016) e infectar mais de 390 espécies de plantas (Farr; Rossman, 2018);

 Temperatura de 20 a 30°C e umidade relativa alta (80% ou mais) são condições favoráveis para a infecção.

Perda do potencial de desenvolvimento:

 Edwards Molina (2019a) et al, estabeleceu uma relação entre a severidade da mancha-alvo e as perdas de produtividade. Para uma severidade da doença de 50%, determinada entre os estádios R5 (início do enchimento de grãos) e R6 (grãos cheios), foram verificadas perdas potenciais de 8 a 42%. Esta faixa de grande amplitude reflete a diferença de tolerância à doença entre cultivares.

 O estudo mostra que variedades mais tolerantes a mancha alvo, houve uma pequena perda de produtividade com o aumento da severidade da doença, enquanto variedades mais sensíveis, as perdas foram bastante expressivas. Sendo assim, para cultivares mais tolerantes, a cada 10% de severidade o potencial de perda é de 1 sc/ha ao passo que para variedades sensíveis a mancha alvo essa perda é de 5 sc/ha.

Planejamento e estratégia de controle

 Alguns pontos para serem considerados para atingir um bom manejo de mancha alvo:

  • É fundamental levar em consideração o nível de resistência genética para a doença;
  • Validar o histórico da área, manejo químico anteriormente e a possibilidade de inóculos da doença na área;
  • Associar o fungicida químico com multi-sitio, por servirem de complemento ao manejo químico;
  • E de forma fundamental realizar a aplicação de fungicidas no início do programa, antes do fechamento de linha da cultura, proporcionando cobertura completa da planta e fazendo a construção da sanidade da planta. Desde modo, protegendo principalmente as folhas do baixeiro e garantindo efetividade de controle.

Como evitar o diagnóstico errado?

Diferenças da Mancha X (aureolada) e da Mancha-Alvo

 Os sintomas iniciais da mancha aurelada ou também conhecida como mancha X podem causar confusões com a mancha alvo (Figura 3).

Os sintomas iniciais da mancha aurelada ou também conhecida como mancha X podem causar confusões com a mancha alvo (Figura 3).  Os sintomas iniciais da mancha aurelada ou também conhecida como mancha X podem causar confusões com a mancha alvo (Figura 3).  As manchas aureoladas se desenvolvem sem a presença do ponto escuro inicial e, com o passar dos dias, apresentam necrose no centro das manchas, formando lesões de coloração castanho-escura uniforme no centro e ausência dos anéis concêntricos (Figura 4).  A origem é desconhecida e pouco se sabe sobre o potencial de danos. Aparece com predominância em alguns cultivares e especula-se que pode ser atribuído a herança genética. A confusão é comum quando ambas as manchas aparecem no mesmo folíolo.

Imagem 3: Evolução dos sintomas de Mancha X na soja. Foto: José Madalóz.

 As manchas aureoladas se desenvolvem sem a presença do ponto escuro inicial e, com o passar dos dias, apresentam necrose no centro das manchas, formando lesões de coloração castanho-escura uniforme no centro e ausência dos anéis concêntricos (Figura 4).

 A origem é desconhecida e pouco se sabe sobre o potencial de danos. Aparece com predominância em alguns cultivares e especula-se que pode ser atribuído a herança genética. A confusão é comum quando ambas as manchas aparecem no mesmo folíolo.


Imagem 4: Mancha X ou mancha aureolada da soja. Foto: Fernando Zanatta.

Tecnologia Corteva

 Como vimos, um bom programa de aplicações de fungicidas é fundamental para o correto manejo da mancha alvo, evitando perdas de produtividade para as lavouras de soja.

 Viovan® é o fungicida da Corteva Agriscience que oferece proteção superior contra mancha-alvo, ferrugem-asiática e outras doenças da soja para resultados visivelmente melhores. Com sua exclusiva formulação, traz maior seletividade à cultura, dispensa o uso de óleo e é rapidamente absorvido pela planta, reduzindo o risco de lavagem pela chuva.

Recomendação Técnica

 Viovan® deve ser aplicado de acordo com as recomendações de boas práticas agrícolas e instruções da bula e faz parte do Manejo Campeão, programa de manejo de doenças para a cultura da soja da Corteva Agriscience.

Saiba mais sobre Viovan® e o Manejo Campeão em: https://www.corteva.com.br/produtos-e-servicos/Manejo-Campeao.html

REFERÊNCIAS: Manual de identificação de doenças de soja /Ademir Assis Henning (...) [et al.] – 4a ed., Londrina: Embrapa Soja, 2010. 74 p.: il. color.; 18 cm. (Documentos / Embrapa Soja, ISSN 1516-781X; n. 256).

Meta-analysis of fungicide efficacy on soybean target spot and cost–benefit assessment J. P. Edwards Molinaa *, P. A. Paulb , L. Amorimc , L. H. C. P. da Silvad , F. V. Siquerie , E. P. Borgesf , H. D. Camposg , J. Nunes Juniorh , M. C. Meyeri , M. C. Martinsj , R. S. Balardin, V. J. Carlinl , J. F. J. Grigollim, L. M. de R. Belufin and C. V. Godoy.